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Obras Póstumas – 2ª parte – Previsões Minha Missão

.1.
Texto enviado pelo amigo e leitor Emerson – Bauru -SP
12 DE ABRIL DE 1860
(Em casa do sr. Dehau, méd. sr. Crozet.) (Comunicação espontânea obtida em minha ausência)
Allan Kardec
Pela sua firmeza e sua perseverança, o vosso Presidente frustrou os planos daqueles que procuravam destruir seu crédito e arruinar a Sociedade, na esperança de assentar um golpe fatal na Doutrina. Honra a ele! Que bem sabe que estamos com ele, e que os Espíritos sábios estarão felizes em poder assisti-lo em sua missão. Quantos há que gostariam de cumprir parte dessa missão, porque receberiam a parte dos benefícios que ela causa!
Mas essa missão é perigosa, e para cumpri-la é preciso uma fé e uma vontade inquebrantáveis: é preciso também da abnegação e da coragem para afrontar as injúrias, os sarcasmos, as decepções, e não se comover com a lama lançada pela inveja e pela calúnia. Nessa posição, o menos que pode acontecer, é ser tratado de louco e de charlatão. Deixai dizer, deixai pensar à vontade: tudo não tem senão um tempo, exceto a felicidade eterna. Tudo vos será contado, e sabei bem que é necessário, para ser feliz, ter contribuído para a felicidade dos pobres seres com os quais Deus povoou a vossa Terra. Que a vossa consciência fique, pois, no repouso e na serenidade: é o prenúncio da felicidade celeste.

Futuro do Espiritismo

15 DE ABRIL DE 1860
(Marselha, méd. sr. Georges Genouillat.)  (Comunicação, transmitida pelo sr. Briom Dorgeval.)
O Espiritismo está chamado a desempenhar um papel imenso sobre a Terra; será ele que reformará a legislação tão freqüentemente contrária às leis divinas; será ele que retificará os erros da história; será ele que reconduzirá a religião do Cristo que, nas mãos dos sacerdotes, se tornou um comércio e um vil tráfico; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai direto a Deus, sem se deter nas franjas de uma batina, ou no escadote de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais certos homens foram levados pelos abusos daqueles que se dizem os ministros de Deus, pregam a caridade com uma espada na mão, sacrificam à sua ambição, e ao espírito de dominação, os direitos mais sagrados da Humanidade.
UM ESPÍRITO

Meu retorno

10 DE JUNHO DE 1860
(Em minha casa, médium, sra. Schmidt.)
Perg. (À Verdade). Acabo de receber uma carta de Marselha, na qual se me diz que, num seminário dessa cidade, se ocupou seriamente do estudo do Espiritismo e de O Livro dos Espíritos. O que é preciso disso augurar? É que o clero tomou a coisa com interesse?
Resp. – Não podes disso duvidar: ele toma as coisas muito a sério, porque nelas prevê as conseqüências para ele, e as suas apreensões são grandes. O clero, sobretudo a parte esclarecida do clero, estuda o Espiritismo mais do que não o crês: mas não pensa que seja por simpatia; ao contrário, nisso procura os meios para combatê-lo, e assegura-te que lhe fará uma rude guerra. Não te inquietes com isso; continue a agir com prudência e circunspecção; tenha-te em guarda contra as armadilhas que te serão estendidas; evita cuidadosamente, em tuas palavras e em teus escritos, tudo o que poderia fornecer armas contra ti.
Prossegui o caminho sem medo, e se ele está semeado de espinhos, asseguro-te que terás grandes satisfações antes de retornares “por um pouco” entre nós.
Perg. – Que entendeis por essas palavras “por um pouco”?
Resp. – Não ficarás muito tempo entre nós; é necessário que retornes para terminar a tua missão, que não pode ser rematada nesta existência. Se isso fosse possível, não te irias daí de modo algum, mas é preciso suportar a lei da Natureza. Estarás ausente durante alguns anos e, quando voltares, isso será em condições que te permitirão trabalhar cedo. No entanto, há trabalhos que é útil que termines antes de partir; é porque te deixaremos o tempo necessário para acabá-los.
Nota– Supondo aproximadamente a duração dos trabalhos que me restam a fazer, e tendo em conta o tempo de minha ausência e os anos da infância e da juventude, até a idade que um homem pode desempenhar um papel no mundo, isso nos leva, forçosamente, ao fim deste século ou ao começo do outro.





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